"Crianças têm pouco tempo para brincar"
As crianças de hoje, sobretudo aquelas que se encontram a frequentar o 1º Ciclo do Ensino Básico (entre os 6 e os 10 anos de idade) andam esgotadas.
Quem o diz é Maria José Araújo, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, e que há vários anos tem estudado a importância do tempo livre para as crianças.
Segundo explicou ao DIÁRIO, a sua experiência na área tem demonstrado que "as crianças têm muito pouco tempo para brincar", sobretudo aquelas que estão em idade escolar.
"As crianças entram para a escola, têm um período de educação formal em que aprendem a ler, a escrever e depois das cinco horas de aula que têm no 1º ciclo básico, deveriam brincar e ter actividades lúdicas, que fossem ao encontro daquilo que são as suas necessidades e seus anseios", refere. Porém, este é um cenário ideal e não o que se passa na grande maioria das escolas a tempo inteiro do país.
As actividades não lectivas actuais continuam a estar muito escolarizadas e a ser impostas às crianças, quando, segundo defende, as crianças deviam ser envolvidas nesse processo de escolha das actividades. "Não é normal que 20 crianças que saem de uma sala de aula depois de ter uma actividade formal, possam todas querer fazer a mesma coisa. O que é normal é que umas queiram fazer teatro, outras música, outras inglês...", acrescenta.
Maria José Araújo, que esteve na Região para participar no Congresso Nacional de Pediatria que decorreu no passado mês de Outubro, afirma que é favor da Escola a Tempo Inteiro e diz que esse regime beneficia sobretudo as crianças de contextos sociais menos favorecidos que de outra forma não teriam oportunidade de experimentar tantas actividades diversas.
"Acho é que não podem ser os adultos a organizar tudo para as crianças porque isso é muito cansativo: o espaço é sempre o mesmo, os adultos organizam tudo, são aulas atrás de aulas..."
Para a investigadora da Universidade do Porto, a maior parte dos pais ainda não está preparado para a importância que o brincar tem na vida das crianças. "Brincar é uma actividade séria e actividade privilegiada dos mais novos, porque é aquilo que as crianças melhor conhecer", explica.
E a imposição tem efeitos adversos. "Dizemos que as crianças se portam mal, mas só podem se portar mal, porque estão cansadas, esgotadas e isto poderia mudar se elas fossem envolvidas no processo de escolha das actividades", defende e acrescenta por isso que "as crianças não aguentam a imposição dos adultos".
Livros publicados
Segundo explicou ao DIÁRIO, a sua experiência na área tem demonstrado que "as crianças têm muito pouco tempo para brincar", sobretudo aquelas que estão em idade escolar.
"As crianças entram para a escola, têm um período de educação formal em que aprendem a ler, a escrever e depois das cinco horas de aula que têm no 1º ciclo básico, deveriam brincar e ter actividades lúdicas, que fossem ao encontro daquilo que são as suas necessidades e seus anseios", refere. Porém, este é um cenário ideal e não o que se passa na grande maioria das escolas a tempo inteiro do país.
As actividades não lectivas actuais continuam a estar muito escolarizadas e a ser impostas às crianças, quando, segundo defende, as crianças deviam ser envolvidas nesse processo de escolha das actividades. "Não é normal que 20 crianças que saem de uma sala de aula depois de ter uma actividade formal, possam todas querer fazer a mesma coisa. O que é normal é que umas queiram fazer teatro, outras música, outras inglês...", acrescenta.
Maria José Araújo, que esteve na Região para participar no Congresso Nacional de Pediatria que decorreu no passado mês de Outubro, afirma que é favor da Escola a Tempo Inteiro e diz que esse regime beneficia sobretudo as crianças de contextos sociais menos favorecidos que de outra forma não teriam oportunidade de experimentar tantas actividades diversas.
"Acho é que não podem ser os adultos a organizar tudo para as crianças porque isso é muito cansativo: o espaço é sempre o mesmo, os adultos organizam tudo, são aulas atrás de aulas..."
Para a investigadora da Universidade do Porto, a maior parte dos pais ainda não está preparado para a importância que o brincar tem na vida das crianças. "Brincar é uma actividade séria e actividade privilegiada dos mais novos, porque é aquilo que as crianças melhor conhecer", explica.
E a imposição tem efeitos adversos. "Dizemos que as crianças se portam mal, mas só podem se portar mal, porque estão cansadas, esgotadas e isto poderia mudar se elas fossem envolvidas no processo de escolha das actividades", defende e acrescenta por isso que "as crianças não aguentam a imposição dos adultos".
Livros publicados
Maria José Araújo, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, tem publicados vários livros sobre a importância dos tempos livres no normal desenvolvimento das crianças.
Em Setembro de 2009 lançou a obra 'Crianças Ocupadas - Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos', sob a chancela da 'Prime Books'. O livro foi "o resultado de muitos anos de trabalho com crianças e adultos, de muita brincadeira com ambos e de muita preocupação colectiva sobre as consequências negativas que resultam do excesso de trabalho e de actividade organizada para os mais pequenos", disse .
Já anteriormente tinha publicado 'Crianças: Sentadas! - Os Trabalhos de Casa no ATL' e este ano editou 'O Quê?... Os Adultos Não Sabem?', um livro infantil feito por crianças, que se iniciaram na escrita formal em 2007 e onde elas tentam explicar, à sua maneira, que precisam que as deixem brincar.
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